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Reino de Mimi

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Garças velozes me desafiam, pousam no charco, espreitam o portal do lago. Da floresta de aroeiras, voa o quero-quero, assenta as penas na porteira.

Visito minhocas no poro da terra; avisto sublevante de cupins, tecer de aranhas nos alpendres.

Barcos percorrem corredeiras de fio d' água, adentram fiordes - meus dedos espalmados -, aportam na palma da minha mão.

Escondo-me na casa dos bambus: no alto, quadrados piscam entre as folhas e o céu; à frente, labirinto. Ao longe, macelas na mata sinalizam: vai por ali!

Saí.

Não gritem meu nome; impossível ouvir. O som que me alcança é o do vento açoitando os pinheiros - ondas do mar quebram no ar? -; as pontas das árvores envergam, convidam para o almoço com os preás.

A araucária oferece o jantar: no salão suspenso, convidados sentam-se em trios: três irmãos, três primos, três amigos, uma multidão. Cada um segura uma estrela.

Eu quero uma também!

Eles dizem: venha buscar!

Fecho os olhos. Estou lá.

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